sexta-feira, 17 de novembro de 2017

Indian Motorcycles ganha premio no Brasil e persegue a Harley-Davidson nos EUA


Durante o Salão Duas Rodas em São Paulo a revista Duas Rodas divulgou o resultado o concurso Moto do Ano 2017, premiando a Indian Motorcycles no Brasil na categoria Touring. A motocicleta considerada a melhor do segmento turismo foi a Indian Chieftain.

Ainda procurando se posicionar no mercado brasileiro como um marca alternativa às campeãs Harley-Davidson e BMW Motorrad no segmento acima dos 1000cc, a Indian tomou uma decisão recente que pode causar um grande impacto em sua estratégia de vendas: para a montagem das motocicletas no Brasil.

Com 516 unidades produzidas em Manaus em 2016 e 126 motocicletas nos primeiros 4 meses de 2017, a decisão de parar a produção no Brasil e fazer importação direta era a mais recomendada para continuar no mercado. Mas a decisão não se restringiu a isto: a Indian Motorcycles está oferecendo suas motocicletas por preços mais baixos do que quando montava as máquinas em Manaus.

A outra vantagem da importação direta é relacionada às cores, já que poderá oferecer um catálogo mais abrangente de opções.

Mas no que se refere ao mercado, a Indian ainda tem muita estrada pela frente, para causar incômodos à H-D (4.047 vendidas em 2017) e à BMW Motorrad (4.067 motos vendidas, acima de 800cc).

Nos Estados Unidos, no entanto, a situação está bem melhor para a marca criada em 1901.

Não há duvidas de que o mercado americano de motocicletas de grande porte está em declínio e tanto a Motor Company como a Polaris (fabricante da Indian) concordam com isto.

Mas enquanto as vendas da Harley-Davidson caíram 8% no terceiro trimestre de 2017, sua concorrente histórica viu um crescimento de 16% sobre o mesmo período de 2016.

2017 Indian Motorcycles Chieftain
Isto não quer dizer, necessariamente, que a Indian está tomando mercado da Harley-Davidson. A Indian está afetando as vendas da Honda, Kawasaki e Suzuki, também.

Claro, o crescimento da Indian é um episódio isolado, por se tratar de uma marca também icônica e que renasceu das cinzas através de pesados investimentos da Polaris Industries, inclusive com o fechamento da marca Victory.

De certa forma, os problemas enfrentados pela Harley-Davidson são resultados de seu próprio sucesso no início do milênio.

No início dos anos 2000 havia um grande demanda por motocicletas pesadas no mercado norte-americano (EUA e Canadá) e a Motor Company respondeu com um aumento na produção, chegando a vender 349.000 unidades em 2006. Só deu Harley nas estradas!

Claro, com a crise de 2008 que afetou fortemente as economias americanas e globais, a tendência só podia ser de queda na produção e vendas. A Harley-Davidson vendeu 262.000 motocicletas em 2016, um encolhimento de 25% em oito anos.

Somando-se a isto o envelhecimento dos baby boomers, seus mais fiéis clientes, a Motor Company está sendo desafiada por todos os lados. E a Indian é uma das desafiantes, beneficiada pelo fato de ter sido lançada de volta ao mercado em 2011, já com a crise econômica de 2008 controlada.

Mas a Motor Company se deu conta da virada no mercado e está enfrentando o desafio de forma correta, na minha opinião. Sua estratégia consiste em oferecer novos produtos (os famosos 100 nvos modelos em 10 anos) para um mercado que deve fazer a diferença: jovens adultos, aqueles homens e mulheres com idade entre 20 e 35 anos.

2018 Harley-Davidson Softail Slim
A tendência dark nos modelos da linha 2018 mostram isto claramente. Ainda que os harleyros de raiz (e eu me considero um deles) possam torcer o nariz para as novas motocicletas H-D, esta decisão pode dar à Harley-Davidson Motor Company a oportunidade de se manter no mercado como líder absoluto.

Quem viver, verá!

Veja mais sobre a Indian Motorcycles aqui:

Um comentário:

  1. Bom dia,
    HD com novos modelos, preços sem muito aumento.
    Já a Indian, trazendo novidades no catálogo e com as motos, apesar de montadas nos EUA, mantendo os preços.
    A briga (HD X Indian) em 2018 vai ser bonita. Claro HD irá continuar levando enorme vantagem, mas é ótimo, para nós consumidores, ter a Indian oferecendo motos/preços competitivos.
    O fim da montagem no Brasil, que a principio se mostrou temerário, só traz vantagens. Teremos motos com os mesmos preços e montadas seguindo o padrão de qualidade Americano.

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