quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Recall: 2015 foi record no Brasil



Carros, motos e caminhões corresponderam a 87,7% dos 130 recalls realizados no país no ano passado, segundo relatório do Ministério da Justiça, que monitora as campanhas. Esse percentual avança a cada ano: em 2014, os veículos responderam por 65% dos 120 chamados e, em 2013, por 55,9% de 109.

O número de campanhas envolvendo carros, motos e caminhões tem batido recorde nos últimos anos: em 2015, foram 114 chamados. A marca anterior, de 2014, era de 88.

Em termos de unidades afetadas, o ano passado também teve o montante inédito de 2,8 milhões de veículos, sendo 2,72 milhões de carros, 102,5 mil motos e 1,7 mil caminhões chamados de volta às oficinas.


Para o Ministério da Justiça, o aumento se deve a uma "maior institucionalização" do procedimento de recall no Brasil, e à atuação maior dos órgãos de defesa do consumidor.
Um recall só acontece quando um produto tem um defeito que oferece risco à segurança ou à saúde do consumidor.

A maioria das campanhas com veículos em 2015 estava relacionada a falhas que poderiam gerar
Foi o caso do recall de airbags feitos pela empresa japonesa Takata que podem lançar pedaços de metal sobre os ocupantes quando abertos.

Esse defeito, anunciado em 2013, já responde pelo maior recall da história, com milhões de unidades convocadas em todo o mundo, e também afetou o Brasil.

A Takata é fornecedora de diversas montadoras, entre elas Honda, Toyota, Nissan, Mitsubishi, Subaru e Fiat Chrysler e, só em 2015, foram chamados 1,3 milhão de carros no país por causa desse problema que é relacionado a mortes no exterior.
Esses chamados envolveram modelos como Civic, Fit, City, Corolla, March e Versa.


Entre as marcas, o grupo Fiat Chrysler, responsável por Fiat, Jeep, Chrysler, Dodge e Ram, foi o que mais lançou recalls no Brasil em 2015, com 16 campanhas.

A Mercedes-Benz ficou em segundo, com 10, seguida pelo grupo dono das marcas Jaguar e Land Rover e pela Volkswagen, com 10 cada.

Além de veículos, o Brasil registrou recalls de produtos infantis, cosméticos e medicamentos (com 2 campanhas cada) e eletroeletrônicos (1), entre outros produtos.

Os infantis foram a segunda maior categoria, depois dos automóveis, com mais unidades afetadas: 257.118, basicamente todas relacionadas a um berço com risco de asfixia para os bebês.
Como saber se foi alvo de recall?

A lei obriga que a montadora anuncie o recall nos meios de comunicação. No comunicado, são divulgados modelo, ano de fabricação e chassis dos veículos envolvidos. Também é informado um número de telefone de atendimento gratuito.

No site da marca geralmente existe o comunicado, mas nem todas o deixam visível logo na página inicial. As montadoras também costumam comunicar por carta os proprietários dos veículos envolvidos.

O site do Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC) reúne as informações de todos os veículos convocados no país desde 2004. O Departamento Nacional de Trânsito tem uma lista de recalls desde março de 2001.

O Procon orienta os proprietários que qualquer serviço prestado pelas fabricantes deve ser gratuito neste tipo de campanha.

O recall não pode gerar qualquer tipo de prejuízo ao consumidor: se ele tiver de se deslocar por distâncias maiores ou perder um dia de trabalho para levar o carro ao conserto, por exemplo, pode entrar na Justiça, requerendo compensação.

Uma vez anunciado o recall, também não existe limite de data para fazê-lo. O direito de reparo estende-se, inclusive, a compradores de veículos usados.

Fonte: Auto Esporte, G1

Nenhum comentário:

Postar um comentário