quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Harley-Davidson em Cuba: criatividade e muita dedicação


Os proprietários de Harley-Davidson em Cuba formam um clube pequeno e muito exclusivo. 

Motocicletas Harley-Davidson eram importadas regularmente em Cuba, antes da ditadura de Fidel Castro tomar o poder, em 1959.  

A última revenda H-D foi fechada pelo ditador em 1960. A partir daí nenhuma motocicleta, peças ou acessórios entrou legalmente no pequeno país do Caribe.


Encontro de harleyros em Havana - 1958
Entretanto, 55 anos depois, 75 “harlistas”, como gostam de ser chamados, reparam, recuperam e mantém rodando as cerca de 100 motocicletas Harley-Davidson, modelos de 1945 a 1959, existentes em Cuba.

Apesar da falta de gasolina e de peças e/ou sobressalentes, eles conseguem manter suas máquinas antigas em condições de uso, utilizando muita imaginação e elevado espírito criativo. Além de serem excelentes mecânicos, é claro.

Algumas fotos falam por sí mesmo.

1 - Adolfo Prieto

Adolfo Prieto tem uma Harley-Davidson desde 1984. Ele menciona que se lembra delas patrulhando as ruas, na sua infância. Segundo ele, “uma Harley-Davidson deixa uma marca indelével em todos nós com estilo único, o som do seu motor, sua elegância – não importa a idade. Uma vez numa Harley, você nunca olha para trás.”

Adolfo Prieto
2 - Ernesto Guevara March

O filho de Che Guevara não gosta de falar de seu pai ou ser reconhecido por ser seu filho. Ele tem vida própria e independente como advogado, mas prefere ser reconhecido como mecânico, atividade de onde tira seu sustento. 

Ernesto Guevara March
3 - Sergio Morales Esquivel

Sergio é um dos mais antigos harleyros em Cuba: comprou sua primeira H-D em 1972 e sabe mais do que ninguém as dificuldades a enfrentar. “Os tempos sempre foram muito difíceis,” conta ele, “mas por sorte uma Harley anda com qualquer combustível. Já usamos gasolina e álcool e até querosene – qualquer coisa que encontrávamos.” Uma enciclopédia ambulante sobre a história da Harley-Davidson, Sergio ainda sonha com o momento em que haverá uma revenda Harley em Havana.

Sergio Morales Esquivel
3 - Francisco Brizuela Montejo



A paixão de Francisco, conhecido como Paco, pela Harley começou quando era um adolescente. Só conseguiu comprar sua minha primeira Harley-Davidson em 1979, quando já tinha 32 anos. Foi uma Harley 1200cc, fabricada em 1950. Ele comprou um quadro e um escapamento e restaurou a motocicleta para ficar como queria. Desde então é sua única forma de transporte, na ilha.

Francisco Brizuela Montejo, o Paco.
4 - Adriana Dominguez León


Única harleyra de Cuba, Adriana é advogada. “Eu sempre estive envolvida com motocicletas, desde a adolescência,” conta ela. “Minha Harley é uma 750cc, de 1945. Foi presente do meu marido. No princípio as pessoas duvidavam se eu teria a habilidade para pilotá-la, mas aos poucos fui ganhando o respeito dos outros harlistas.”

Adriana Dominguez León
5 - Leonid Ferrer Naranjo

Nas palavras de Leonid, "Deus criou o mundo em seis dias e descansou no sétimo. No oitavo dia, contente e descansado, criou as Harley-Davidson." Como a maioria das outras Harleys em existência no país, a motocicleta de Leonid foi restaurada e mantida por ele mesmo, que a usa como seu transporte, no dia-a-dia.

Leonid Ferrer e sua "criação de Deus," como ele a chama.
Com o estabelecimento das relações diplomáticas entre os EUA e Cuba e o provável cancelamento do embargo econômico, é possível que a Harley-Davidson volte a participar da vida dos harleyros cubanos, como acontecia no país, antes da sangrenta ditadura comunista.

Um comentário:

  1. Isso me lembrou dos posts do OldDog e do Wolfmann, na parte sobre o combustível. Levando em conta toda a questão da qualidade da gasolina no Brasil.
    Mesmo levando em conta que motores antigos eram mais simples.

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