sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Às vezes é de menos. Mas às vezes é demais!


Eu tinha 17 anos quando teve início o regime militar que governou o Brasil de 1964 até 1985.

Neste período a discussão não era quem seria o presidente, mas sim e mais importante, quem seria o governador e o prefeito. Pois o país ia muito bem, obrigado! A nossa preocupação era mais localizada na parte do Brasil onde efetivamente vivíamos.

Mas os políticos e alguns intelectuais começaram a campanha pelas "Diretas Já," com o objetivo de devolver o poder e a responsabilidade de eleger o presidente do país para os eleitores.

A última eleição indireta, conduzida pelo Congresso Nacional, elegeu Tancredo Neves. Mas povo brasileiro foi punido pelo destino com o falecimento de Tancredo e a posse de José Sarney. A alternativa, naquelas eleições, era o outro candidato, Paulo Maluf, um dos poucos políticos já reconhecidos pelos cidadãos como corrupto, já naquele tempo.

Assim o Brasil saiu de um regime em que a lei era cumprida sem discussão, mas onde o povo não elegia diretamente seu presidente, para o regime onde o povo elege o presidente e vê quase todas as leis serem afrontadas diáriamente e os malfeitores seguirem livres, leves e soltos.

Mas até recentemente, o problema continuava sendo a eleição do presidente do país. A cada quatro anos tínhamos não só o famoso FEBEAPÁ (Festival de Besteira que Assola o País), do saudoso Sergio Porto, como o FEMEAPÁ (Festival de Mentiras que Assola o País), que chegou ao seu ponto máximo em 2014.

Mas como o inferno astral costuma durar muito, temos também que sofrer a punição de acompanhar a eleição dos presidentes do senado e da câmara federal, numa disputa quase tão intensa como a outra.

E da mesma forma conduzida com troca de favores e compra de votos, uma prática utilizada à exaustão no balcão de negócios que se tornou o parlamento brasileiro.

Passamos de um país onde não se elegia diretamente o presidente, mas se tinha educação, segurança e saúde pública, para um país onde se elege um montão de presidentes que a única coisa que fazem é drenar para uso próprio o resultado de uma das maiores cargas tributárias do mundo.

Será que a população brasileira, de mais de 200 milhões, merece continuar sofrendo com o resultado de uma escolha errada de pouco mais de um quarto de seus compatriotas?

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