sábado, 31 de janeiro de 2015

O bom vinho também depende de um barril de qualidade


Se você aprecia um bom vinho, deve ter curiosidade em saber como são fabricados os barris onde eles fermentam e maduram.

O carvalho é a madeira preferida pelas vinícolas, para variar a cor, o sabor e o perfil e textura do tanino nos vinhos.

A madeira é usada na forma de barris durante a fermentação e o envelhecimento ou como pequenas lascas adicionadas ao vinho durante a fermentação em tanques de aço inoxidável.

Os barris de carvalho também contribuem para a qualidade do vinho através da evaporação e a limitada exposição ao oxigênio do ar.

Barris de carvalho numa moderna vinícola.
Na antiguidade, ânforas foram usadas para a estocagem e o transporte de vinho. Na Mesopotâmia, a madeira de palmeiras também foi usada, mas esta árvore produz madeiras difíceis de se dobrar e dar a forma de barril, que é considerada a melhor para o vinho.

O uso do carvalho tem sido a preferência nos últimos milênios, desde que foi introduzido pelos romanos, duzentos anos antes de Cristo.

O efeito do carvalho no envelhecimento de dois Cabernet Sauvignon da região de Penedès.
O da esquerda tem dois anos de colheita e o da direita é um crianza de seis anos.
No decorrer dos séculos verificou-se que os barris de carvalho poderiam ser usados além da estocagem. O envelhecimento neste barris também melhora o vinho por fazê-lo mais suave e, em alguns casos, com gosto mais agradável.

A porosidade do carvalho permite a evaporação e a oxigenação do vinho, sem permitir a oxidação e a deteriorização do líquido.

Na atualidade, as melhores madeiras para sua fabricação são o Carvalho Francês e o Carvalho Americano e as árvores quando cortadas, tem entre 80 e 120 anos de idade.

Tanoeiro é o nome da profissão de quem fabrica tonéis e barris.

Este vídeo nos dá uma idéia de como os barris de carvalho são fabricados hoje. A empresa é a Tonnellerie Vicard, estabelecida na região de Cognac, na França.



sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Harley-Davidson: resultados de 2014

Revenda Harley-Davidson em Bahrain, no Oriente Médio.
A Harley-Davidson, Inc. divulgou o resultado do quarto trimestre e o acumulado de 2014 ao mercado, ontem.

As vendas no mundo todo cresceram 2,7% em 2014, empurradas pela vendas internacionais que cresceram expressivos 5,4% durante o ano (9,4% no último trimestre).

No total foram vendidas 267.999 motocicletas H-D durante o ano, com crescimento de 1,3% nos EUA, 11,8% na Ásia, 6,4% na Europa/Oriente Médio e África, 2,1% na América Latina (incluindo o Brasil) e uma queda de 10,8% nas vendas no Canadá.

O resultado demonstrou um aumento de 15% no lucro da empresa (US$844,6 milhões em 2014 versus US$734 milhões em 2013), com um faturamento bruto consolidado de US$ 5,9 bilhões.
Deste total, 89% representam as vendas de motocicletas, peças e acessórios.

As vendas na América Latina foram de 11.552 motocicletas, um tímido crescimento de apenas 237 unidades sobre 2013.

Do total de 270.726 motocicletas produzidas durante 2014 nos EUA, Brasil e Índia, 45% foram da família Touring, 33% da família Custom e 22% da linha Sportster e Street.

2015 Harley-Davidson Electra Glide Ultra Classic Low
Para 2015 a Motor Company planeja vender entre 282.000 e 287.000 motocicletas em todo o mundo, um crescimento esperado entre 4% e 6%.

Analistas comentaram na mídia especializada que o fortalecimento do dólar frente ao Euro e outras moedas, tiveram um impacto negativo considerável no resultado final de 2014.

O custo de produção da Harley-Davidson é muito forte em dólares, enquanto um terço de suas vendas estão fora dos Estados Unidos. A grande maioria dos componentes das motocicletas é produzida nos EUA, ainda que os freios e a suspensão sejam importadas do Japão e alguns eletrônicos estejam sendo produzidos na China e em outros países asiáticos.


Diferente da maioria das empresas americanas, a Harley-Davidson hesita em transferir parte da produção dos componentes para fora do país. A Motor Company entende que é fundamental manter o "Made in USA" na grande maioria das peças e partes das motocicletas que fabrica, por ser vital para a imagem da marca na América e no resto do mundo.

A Harley-Davidson continua sendo a marca mais vendida nos Estado Unidos para motocicletas acima de 600 cilindradas, com uma fatia de mercado de 51,4%.

Os maiores competidores no mercado americano, alem da H-D, são a Polaris (que produz as Indian), Honda, Kawasaki, Yamaha e as menores BMW e Ducati.

Crescimento da economia americana nos dois últimos anos e expectativa para 2015
Com a crescente confiança dos consumidores nos EUA, em função de uma economia mais forte e com gasolina mais barata, a Motor Company está otimista com relação ao potencial de vendas para 2015.

Segundo o Presidente e Principal Executivo Operacional da H-D, Matt Levatich, "a confiança dos consumidores está aumentando. As pessoas se sentem melhor em relação à economia dos Estados Unidos."

Garmin: loja virtual no Brasil


A Garmin, maior fabricante mundial de GPS, abriu uma loja virtual no Brasil.

Com uma linha bastante diversificada de produtos da marca, cria uma boa opção de compra online, com entrega em todo o Brasil.

Uma decisão inteligente: com o uso cada vez mais popular no país, a venda de GPS tende a crescer na medida que crescem as armadilhas inventadas pelos governos para cobrar o chamada "Imposto dos Otários," as multas de trânsito aplicadas por prefeituras em todos os estados.

Muitos dos GPS mostrados na loja virtual encontram-se esgotados, mas o estoque deve ser reposto, já que não faz sentido ter uma loja sem produto.

Para uso em motocicletas, o único listado é o Zumo 390, também esgotado.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Preços subindo, economia minguando: o pior dos mundos


A economia está vivendo uma combinação desastrosa de crescimento quase nulo e uma forte pressão inflacionária. Os economistas chamam isto de estagflação, o pior dos mundos. 
Ambos são nefastos individualmente e juntos provocam uma catástrofe na economia. 

O resultado já está ferindo os brasileiros que pagarão mais impostos, terão menos contrapartida de serviços, menos empregos e maior custo de vida.

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central informou nesta quinta-feira, na ata de sua última reunião, semana passada, quando os juros subiram para 12,25% ao ano, que estima um aumento de 8% no preço da gasolina e de 27,6% na energia elétrica em 2015.

De acordo com a autoridade monetária, a hipótese de elevação de 8% no preço da gasolina, estimada pelo BC, reflete, em grande parte, o aumento da tributação anunciada pelo governo na semana passada, por meio da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), do PIS e da Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (Cofins).

Já a estimativa de alta de 27,6% no preço da energia elétrica em 2015, ainda de acordo com o Banco Central, é reflexo do repasse às tarifas do custo de operações de financiamento, contratadas em 2014, da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE).

O governo anunciou, recentemente, que não pretende mais fazer repasses à CDE - um fundo do setor por meio do qual são realizadas ações públicas - em 2015, antes estimados em R$ 9 bilhões. Com a decisão do governo, as contas de luz dos brasileiros podem sofrer em 2015, ao todo, aumentos ainda superiores aos registrados no ano passado. Especialistas avaliam que a alta de energia, neste ano, pode chegar a até 40%.

Custo de produção maior
O custo de produção de eletricidade no país vem aumentando principalmente desde do final de 2012, com a queda acentuada no armazenamento de água nos reservatórios das principais hidrelétricas do país.

Para poupar água dessas represas, o país vem desde aquela época usando mais termelétricas, que funcionam por meio da queima de combustíveis e, por isso, geram energia mais cara. Isso encarece as contas de luz.

Entretanto, também contribui para o aumento de custos no setor elétrico o plano anunciado pelo governo ao final de 2012 e que levou à redução das contas de luz em 20%.
Para chegar a esse resultado, o governo antecipou a renovação das concessões de geradoras (usinas hidrelétricas) e transmissoras de energia que, por conta disso, precisaram receber indenização por investimentos feitos e que não haviam sido totalmente pagos até então. Essas indenizações ainda estão sendo pagas, justamente via CDE.

Gás de cozinha e telefonia fixa
O Banco Central estimou ainda, na ata do Copom divulgada na manhã desta quinta-feira, que o preço do gás de cozinha deve ter um aumento de 3% neste ano, enquanto que a telefonia fixa deve ter alta de 0,6% em 2015.

Preços administrados

Com a alta da tributação sobre gasolina e fim de repasses para a conta de luz, o Banco Central informou que prevê, para o conjunto de preços administrados (como telefonia, água, energia, combustíveis e tarifas de ônibus, entre outros), um aumento de 9,3% neste ano. Se confirmada, será a maior alta desde 2004 - quando houve aumento de 9,77%.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Economize água


We Are the World

Foto tirada na noite da gravação de "We Are the World" - 28/1/1985
Há 30 anos, na noite de 28 de janeiro de 1985, 45 artistas renomados dos EUA se reuniram no estúdio da gravadora A&M, em Hollywood, para gravar "We Are the World", música composta por Michael Jackson e Lionel Richie, que se transformou numa das mais famosas do século XX.

O objetivo era arrecadar fundos para ajudar o combate à fome na África, em especial na Etiópia, onde cerca de um milhão de pessoas, nas maioria crianças, morriam de inanição.

A gravação, sob a tutela do maestro Quincy Jones, foi um tremendo sucesso, tendo arrecadado US$55 milhões. O disco com a música vendeu cerca de 7 milhões de cópias em todo o mundo, tornando-se um dos mais vendidos de todos os tempos.


Antes da gravação do "We Are the World", o cantor americano e ativista social Harry Belafonte estava tentando, já por algum tempo, ter uma canção gravada por artistas famosos da comunidade musical dos EUA de então. A idéia era ter os fundos gerados por esta gravação doados a uma nova organização chamada United Support of Artists for Africa (USA for Africa).

O empresário de Belafonte, Ken Kragen, convidou Lionel Richie e Kenny Rogers, seus clientes, para ajudar no projeto. Os dois cantores concordaram e convidaram Stevie Wonder e o maestro Quincy Jones para participar.

Lionel Richie ligou para Michael Jackson, que não só concordou em participar como se ofereceu para ajudar na composição da canção. Originalmente a música seria composta em parceria com Stevie Wonder, mas este último não pode participar por estar em um turnê. Assim a música foi escrita por Jackson e Richie.

As gravações iniciaram no dia 22 de janeiro de 1985, com Michael Jackson e Leonel Richie cantando a base de gravação, sob a direção de Quincy Jones. Foram feitas seis gravações até que o maestro estivesse satisfeito com o resultado.

Nos dias seguintes, os três trabalharam no arranjo final, determinando a participação de cada um dos 45 artistas que gravariam a versão final.

No dia 24 de janeiro, Quincy Jones enviou uma fita cassete a cada um dos participantes, com um recado: "Cada uma das fitas é numerado e é muito importante que não deixem seu conteúdo vazar. Por favor, não façam cópias e devolvam as fitas na noite do dia 28. Nas próximas décadas, quando seus filhos perguntarem o que vocês fizeram para diminuir a fome no mundo, vocês poderão dizer, com orgulho, esta foi minha contribuição."

Na noite do dia 28 de janeiro, Michael Jackson foi o primeiro a chegar, por volta das 21:00 horas. Ele gravou a sua participação solo no clipe e preparour o vocal do coral.

Os demais artistas começaram a chegar por volta das 22:00 horas. Muitos deles estavam participando da cerimônia de premiação do American Music Award, que estava acontecendo naquela mesma noite. Pouco antes das 23:00 horas, todos já estavam nas suas posições e a gravação teve início.

O estribilho da canção, "We are the world, we are the children, we are the ones who make a brighter day, so let's start giving," foi escolhido com muito cuidado, para transmitir com veemência a intenção da música.

O clipe "We Are the World" começa com  Lionel Richie, Stevie Wonder, Paul Simon, Kenny Rogers, James Ingram, Tina Turner e Billy Joel cantando o primeiro verso.  Michael Jackson e Diana Ross seguem, completando o primeiro estribilho juntos.

Dionne Warwick, Willie Nelson e Al Jarreau cantam o segundo verso, seguidos por Bruce Springsteen, Kenny Loggins, Steve Perry e Daryl Hall fazendo o segundo estribilho. Michael Jackson, Huey Lewis, Cyndi Lauper e Kim Carnes entram na sequencia.

"We Are the World" termina com Bob Dylan e Ray Charles cantando o estribilho completo, Stevie Wonder e Bruce Springsteen fazendo um dueto e com Ray Charles e James Ingram fazendo improvisações.

Lista completa dos participantes;
  • Maestro: Quincy Jones
  • Solistas, em ordem como aparecem no clipe: 
    • Lionel Richie
      Stevie Wonder
      Paul Simon
      Kenny Rogers
      James Ingram
      Tina Turner
      Billy Joel
      Michael Jackson
      Diana Ross
      Dionne Warwick
      Willie Nelson
      Al Jarreau
      Bruce Springsteen
      Kenny Loggins
      Steve Perry
      Daryl Hall
      Huey Lewis
      Cyndi Lauper
      Kim Carnes
      Bob Dylan
      Ray Charles (também executando piano e teclado)
  • Coral, em ordem alfabética:
    • Dan Aykroyd
      Harry Belafonte
      Lindsey Buckingham
      Mario Cipollina
      Johnny Colla
      Sheila E.
      Bob Geldof
      Bill Gibson
      Chris Hayes
      Sean Hopper
      Jackie Jackson
      La Toya Jackson
      Marlon Jackson
      Randy Jackson
      Tito Jackson
      Waylon Jennings
      Bette Midler
      John Oates
      Jeffrey Osborne
      Anita Pointer
      June Pointer
      Ruth Pointer
      Smokey Robinson
  • Músicos:
    • David Paich – sintetizador
      Michael Boddicker – sintetizador e programador
      Paulinho da Costa – percussão
      Louis Johnson – baixo
      Michael Omartian – teclado
      Greg Phillinganes – teclado
      John Robinson – bateria

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

“JE SUIS” - A VIDA, NO TRÂNSITO BRASILEIRO


As mortes e sequelados no nosso trânsito ainda não sensibilizaram os 200 milhões de brasileiros.

Não vemos caminhadas, manifestações para interromper 152 mortes por dia num país acolhedor de todos os povos, mas não sabe como protegê-los.

Não nos sensibilizamos pelas guerras nas comunidades, com a morte de bandidos, policiais e inocentes.

  “JE SUIS LA VIE DANS LA CIRCULATION”

Os predadores estão soltos e invadem as cidades saídos de casas, comunidades, trabalho, lazer e matam, alejam sem piedade, sem remorso, apenas pagam uma fiança e saem pela porta da frente das delegacias em direção a casa. As vítimas às vezes são direcionadas para os hospitais, mas a grande maioria é velada e sepultada com sofrimento da família. Malditos assassinos que dentro da coletividade são capazes de se transformarem com uso de bebidas alcoólicas, drogas, com excesso de velocidade, celulares, digitando, enlouquecidos pelos agentes estranhos à direção veicular. Atropelam, matam, gerando o terror no trânsito.

Quantos mais morrerão, somente com o sofrimento da família, sem sensibilizar o povo que pleiteia através de movimentos, mudanças governamentais, para conquista de terras, de tetos, de redução de tarifas.

Cai uma aeronave, morrem 189 pessoas, é notícia internacional. Na realidade ocorreu um acidente de trânsito que tem repercussão mundial. A sensibilidade é universal. Surgem movimentos sociais, o Ministério da Aeronáutica faz a perícia, estudam todas as situações para emitir um laudo que tem cunho de atuar na prevenção dos acidentes aeronáuticos. A segurança no transporte aéreo é tão positiva que os acidentes são raros.

Movimentos sociais sensibilizam autoridades. Criam-se memoriais em homenagem as vítimas do desastre aéreo. Caminhando pelas rodovias encontramos verdadeiros cemitérios, múltiplos e precários memoriais a margem das estradas caracterizados por cruzes colocadas por familiares.

É TRISTE, MUITO TRISTE, AS MORTES OCORRENDO AOS NOSSOS OLHOS E PERMANECEMOS CEGOS E MUDOS PARA O GRAVE FATO.

Nada sensibiliza a todos como no caso do acidente aéreo. Não ocorre revolta a ponto de se pressionar as autoridades, lideranças políticas, buscando solução imediata para conter esses absurdos.

Perde o país grande parcela dos jovens a cada ano, reduzindo de maneira drástica a produção e arrecadação do país.

Ao invés de estarmos alheios ao terror que ocorre no nosso trânsito, deveríamos estar ajustando forças para erradicarmos a doença epidêmica presente dia e noite em nossas vias.

A guerra urbana há décadas foi declarada e não vemos a manifestação universal que estamos a assistir com o que ocorreu em Paris, quando terroristas mataram dezessete pessoas.

Atentados ocorrem todos os dias na fúria do trânsito brasileiro com desastres, brigas, arrastões, sequestros, roubos, assaltos, mortes e por aí vai. O terror evolui de maneira clara, visível a todos que parecem adaptar-se a situação sem ação combativa para conter essa epidemia.

Enquanto isso, o Ministério da Saúde constitui equipes para o combate a larva do mosquito da Dengue. Vão de casa em casa, de caixa d’água em caixa d’água e com isso a mortalidade é bastante reduzida. Este é o procedimento que todos esperam que equipes sejam formadas para de esquina em esquina onde o acidente é eminente, os órgãos governamentais atuem para erradicação dessa doença epidêmica no nosso trânsito.

Texto do Dr. Dirceu Rodrigues Alves Júnior, Diretor de Comunicação e do Departamento de Medicina de Tráfego Ocupacional da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego.

Montadoras não têm peças para recall

Em uma década, 4,5 milhões de carros foram convocados para recall.
Número recorde de consertos nos veículos provoca falta de itens para reposição.

Após número recorde de recalls de veículos no ano passado, faltam peças para reparar os carros envolvidos em campanhas para corrigir erros de fabricação.

O caso mais preocupante é o de modelos Cobalt, Onix, Prisma e Spin, da General Motors, cujo defeito pode, em casos extremos, provocar incêndio.

A GM anunciou recall para 400.940 veículos em meados de dezembro, com início previsto para o dia 22. A empresa chamou consumidores para providenciar a substituição da porca de fixação da bomba de combustível ou do tanque e alertou para os riscos de incêndio. No entanto, a peça para o conserto não está disponível, segundo relatam consumidores e concessionários.

"Recebi duas cartas no início de dezembro que alertavam sobre o risco de pegar fogo; fiquei assustada e liguei para agendar o conserto, mas me colocaram em uma fila de espera, pois a peça está em falta e não há previsão de quando chegará", conta Ana Maria Primo Marques, de 71 anos.

Dona de um modelo Cobalt 2013, Ana Maria marcou hora numa concessionária e levou o carro, mas lá recebeu a mesma informação e foi colocada numa lista de espera para ser avisada assim que a peça chegar. "Não entendo por que a empresa faz um recall assustando a gente, mas não tem a peça para o conserto", diz ela, que fez questão de ficar com uma cópia da ordem de serviço emitida pela revenda.


Várias concessionárias consultadas confirmaram não ter a peça e os atendentes afirmaram que a falta é generalizada. A única orientação dada aos clientes por algumas revendas é para não encher o tanque de combustível até que o conserto ocorra. Também afirmam que o risco de incêndio "é só em casos de capotamento". Há lojas em São Paulo com 180 a 400 pessoas na fila para o recall.

Proprietários de modelos Peugeot 208 e Citroën C3, C3 Picasso e Aircross também relatam dificuldades em realizar o recall para substituição dos braços da suspensão dianteira desses modelos. O defeito, segundo as fabricantes, pode resultar em perda de dirigibilidade "e grave risco de acidentes com danos físicos ou materiais aos ocupantes ou terceiros".

A convocação de 40.742 modelos das duas marcas foi feita no dia 5 de dezembro. "Fiquei um mês e meio tentando agendar a troca em várias revendas e sempre informavam que a Peugeot não tinha peças disponíveis", informa Daniela Leite André Magalhães.

"Na quarta-feira recebi um telefonema de uma das concessionárias marcando o conserto para o dia 30, mas estou com medo de chegar lá e não ter a peça, como ocorreu com outras pessoas", diz ela.
Daniela mora em Itatiba (SP) e viaja todos os dias cerca de 60 km para Bragança Paulista, onde trabalha no setor de Recursos Humanos de uma empresa.

"É uma rodovia perigosa e estou sempre receosa, pois a carta que recebi fala em riscos de acidente, porque a roda do carro pode se soltar", afirma Daniela, que tem um modelo 208 ano 2013. "O mínimo que se espera de um recall que envolve risco de morte são peças para troca imediata."


O site Reclame Aqui contabiliza de dezembro até 20 de janeiro 419 reclamações envolvendo problemas com recall de veículos, entre falta de peças, dificuldade de agendamento e demora em realizar o serviço. É mais que o dobro das 204 reclamações no mesmo período do ano passado, informa um representante do site.

Procurada, a GM informa, por meio de nota, ter peças "disponíveis para atender ao recall conforme planejamento e orienta os clientes que eventualmente tiverem dificuldade de agendar o serviço em alguma concessionária a entrar em contato com a Central de Relacionamento da empresa, que irá auxiliar no agendamento."


A PSA Peugeot Citroën também afirma em nota que sua rede de concessionárias "está preparada, treinada e com peças de reposição à disposição para o desenvolvimento da campanha, com atendimentos sendo realizados desde o início da ação".

Diante da constatação da falta de peças, contudo, o Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC) informa que as duas companhias podem ser notificadas e terão de explicar as razões do desabastecimento.

No ano passado, um total de 1,516 milhão de veículos (incluindo motos e caminhões) foi convocado para recall em 95 campanhas realizadas por montadoras e importadores. O número de veículos envolvidos é 124% maior que o de 2013, ano em que ocorreram 73 campanhas, segundo dados do Procon São Paulo.

Airbag com defeito, fabricado pela Takata. Segundo o New York Times,
o fabricante sabia da falhá há 10 anos.
A GM, sozinha, foi responsável por 46% dos veículos convocados - foram 704,5 mil unidades em 17 campanhas no ano passado.

Os modelos campeões de recall no ano passado foram Cobalt, Montana e Spin, da GM, e Grand Cherokee, da Chrysler/Jeep. Cada um deles foi chamado quatro vezes para voltar às concessionárias.

Neste ano já foram anunciados, até agora, quatro recalls de veículos: o de 1.436 motocicletas Triumph, 5.717 modelos Jetta, Fusca, Golf, Fox, CrossFox, SpaceFox e SpaceCross, da Volkswagen, 1.039 unidades do Jeep, da Chrysler, e 4 mil unidades do Lifan X60.

A empresa é obrigada a fazer recall quando o defeito de fabricação envolve a segurança dos ocupantes dos veículos e terceiros, segundo o Código de Defesa do Consumidor.

Fonte: O Estado de São Paulo

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Como enfrentar uma emergência da natureza - Tormenta de Inverno Juno

Foto de satélite mostrando a tormenta Juno sobre o nordeste dos EUA.
O nordeste dos EUA está enfrentando uma das maiores tempestades de neve dos últimos anos.

A Tormenta de Inverno Juno, pode bater o recorde de acúmulo de neve na região.

Por quase 400 km ao longo da costa leste dos Estados Unidos, lar de mais de 28 milhões de pessoas, a região ao norte da cidade de New York está sob alerta de nevasca, com outros 12 milhões em situação de atenção.

Situação no norte do Estado de New York.
De New York até Boston, um grande volume de neve é esperado a partir da noite de hoje até a tarde de amanhã, 27 de janeiro.

Ao mesmo tempo pode ocorrer inundações na orla marítima do estado de Massachusetts.

As empresas aéreas já cancelaram mais de 6.500 voos, previstos para hoje, amanhã e quarta-feira.
No estado de Connecticut todas as rodovias estarão interditadas a partir da 21:00 horas de hoje.
O mesmo ocorrerá na cidade de New York, onde sómente os veículos de emergência poderão transitar a partir das 23:00 horas desta segunda-feira.

New Jersey, por volta das 13:00 horas, hoje.
Estado de emergência foi decretado nos estados da Pennsylvania, New Jersey, New York, Connecticut, Rhode Island e Massachussetts.

A combinação entre previsão de tempo confiável e serviços públicos de segurança efetivos, devem minimizar muito os prejuízos e o risco de vida para os cidadão americanos afetados.

Em janeiro de 1983 eu estava em New York quando uma nevasca semelhante ocorreu na região. Nosso voo para o Brasil foi cancelado e só conseguimos regressar três dias depois.

O Estado admite falência na Segurança Pública - O sentimento separatista cresce


Parte do Brasil já está dividido. A soberania nacional já não cobre os 8,5 milhões de quilômetros quadrados do território brasileiro.

Segundo declarações do secretário de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro, há uma "nação"dentro daquele estado.

"O secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, afirmou nesta segunda-feira (26) que o Estado possui uma "nação de criminosos", o que seria a causa do grande número de pessoas atingidas por balas perdidas nos últimos dias."

Beltrame foi questionado sobre os casos de vítimas de balas perdidas na região metropolitana do Rio nos últimos dias.  Desde o dia 17 de janeiro foram 13 casos, sendo 11 na cidade do Rio de Janeiro, um em Niterói e outro em São Gonçalo. Quatro vítimas morreram.

O caso mais recente ocorreu na madrugada desta segunda-feira, quando uma dona de casa foi atingida por uma bala perdida enquanto dormia, no bairro de Bangu, zona oeste do Rio de Janeiro

O secretário admitiu a a incompetência da Polícia em combater o crime e colocar as favelas dominadas pelo tráfico sob a tutela da lei e da ordem.

"As ações policiais de combate à criminalidade são insuficientes para resolver o problema, pois a segurança pública não se faz apenas com polícia. Se a polícia tivesse sido responsável por essas balas perdidas, a população já teria ido para a rua queimar ônibus."

Segundo Beltrame, no interior das comunidade dominadas os moradores não protestam contra ações de traficantes de drogas por temerem represálias.

Mais adiante o Secretário, que ocupa o cargo há 7 anos e é Delegado da Polícia Federal desde 1981, admite que o Estado do Rio de Janeiro não tem condições de combater o crime organizado, instalado nas mais de 1000 favelas existentes no estado.

"Beltrame disse também que, no momento, o Estado do Rio de Janeiro "não tem condições" de promover novas ocupações de comunidades dominadas pelo tráfico, o que representa uma pausa no projeto das UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora)."

Desde a reeleição de Dilma Rousseff em outubro de 2014, aumenta o sentimento separatista no Brasil.

Soldados do tráfico exibindo armamento pesado, em Jacarepaguá, RJ
O trinômio Segurança-Saúde-Educação, totalmente negligenciado nos últimos 25 anos, além da doutrina da impunidade, que tem seus maiores expoentes no Governo Federal, transformaram o país em "tribos" distintas, que procuram sobreviver dentro do caos que se implantou.

Com a grande maioria dos recursos provenientes da enorme carga tributária paga pelos cidadãos brasileiros - que já atinge 40% do PIB nacional - controlados por Brasília, os Estados não tem condições nem recursos para investir nas necessidades básicas mais carentes de sua população.

Traficantes exibindo armas em Salvador, BA
Sem ver qualquer possibilidade de solução para a situação caótica em que o país se encontra nestes três itens básicos, naqueles estados onde a situação ainda não está totalmente fora de controle cresce o sentimento e a vontade de se separar da República, como forma de impedir que a criminalidade acabe por tomar conta da sociedade.

Com mais de 50.000 assassinatos por ano e 19 cidades listadas no topo das 50 mais violentas do mundo, o Brasil se rendeu à criminalidade.

A pá de cal foi dada pela própria presidente da República, ao enaltecer um traficante de drogas, executado dentro das leis do país onde cometeu o crime, e esquecer as dezenas de políciais mortos no Brasil em confronto com a criminalidade, todos os anos.

O Brasil, o gigante adormecido, está agora também amarrado pelas cordas da corrupção, da falta de segurança pública e da falência da educação e da saúde.

O fim de um guerreiro

Submarino nuclear soviético K-420 sendo desmanchado.
Impressionante fotografia do fim de um guerreiro naval.

Este foi o submarino russo K-420, da classe Yankee, subclasse Andromeda (classificação da OTAN), sendo desmanchado num dique flutuante, na Rússia.


Incorporado à frota da antiga União Soviética no início dos anos 1980, o K-420 era um submarino de propulsão nuclear, capaz de carregar 12 mísseis com ojiva nuclear, velocidade supersônica e alcance de 3.000 km.

Silhueta de um submarino nucler russo da Classe Yankee.
A parte reta, à ré da torre, é o silo de mísseis.
O K-420 tinha 153 m de comprimento e deslocava 13.650 ton em imersão. Atingia a velocidade de 27 nós (50 hm/h) quando submerso e tinha uma tripulação de 120 oficiais e subalternos.

Submarino russo da classe Yankee
Foram construídos 34 submarinos da classe Yankee e suas subclasses. Um deles, o K-219, afundou no Oceano Atlântico, perto das Ilhas Bermudas, em outubro de 1986 depois de uma explosão e incêndio à bordo. Quatro tripulantes morreram. Os outros 33 submarinos foram desativados e sucateados.

Harley-Davidson 1959 leiloada por US$385.000

Harley-Davidson FL1959, que pertenceu a Jerry Lee Lewis
Uma Harley-Davidson FL1959 foi leiloada neste fim de semana na Flórida, alcançando o valor de US$385.000.

A motocicleta pertencia ao roqueiro Jerry Lee Lewis, famoso por grandes sucessos incluíndo “Great balls of fire” e muitos outros.

Apesar do preço alto, o valor está longe do recorde em leilões de motocicletas, que ainda é da Harley-Davidson “Captain America”, pilotada por Peter Fonda no filme “Easy Rider” de 1969, que foi vendida por US$1,35 milhão.

A motocicleta foi leiloada com a presença de Jerry Lee Lewis, que fez questão de entregá-la pessoalmente ao comprador.

Jerry Lee Lewis em foto publicitária, em 1955
Jerry Lee Lewis, atualmente com 79 anos, teve muito sucesso nos anos 1950 e 1960, quando era considerado o bad boy do Rock & Roll. Nas décadas seguintes ele mudou seu gênero musical para o country, onde continuou fazendo sucesso. O declínio de sua popularidade na era do Rock 'nd Roll foi ocasionado pelo seu criticado casamento com uma prima de apenas 13 anos, quando ele tinha 22.

A motocicleta foi um presente da Harley-Davidson, que também presenteou Elvis Presley com uma motocicleta igual.

A H-D de Jerry Lee Lewis foi muito pouco rodada e foi entregue com apenas 2.257 milhas registradas no odômetro, apesar de ter 55 anos.


domingo, 25 de janeiro de 2015

Vou assumir: eu sou coxinha!



Sem dúvida, sou um coxinha. Ainda mais depois que descobri o segundo significado da palavra:


Coxinha assumido!

sábado, 24 de janeiro de 2015

Preparem o bolso: os novos preços de referência para a gasolina


O Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) divulgou no "Diário Oficial" da União desta sexta-feira (23), os novos preços de referência de combustíveis como gasolina, etanol e diesel nos 26 Estados e no Distrito Federal. Os preços, que são apenas referência, e não obrigatórios para os postos, passam a valer em 1º de fevereiro.

A nova tabela é divulgada quatro dias depois que o governo aumentou impostos incidentes sobre os combustíveis. Na segunda-feira (19), o novo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, anunciou a elevação do Pis/Cofins e a retomada da Cide, ambos encargos que recaem sobre combustíveis, o que causou elevação nos preços.

São Paulo tem o menor valor de referência da gasolina (R$ 2,905) e do etanol (R$ 1,914). O Acre tem a gasolina (R$ 3,4962) e o etanol (R$ 2,9802) mais caros.

Outros exemplos: no Rio de Janeiro, o preço de referência do litro da gasolina é R$ 3,265, e o do etanol, R$ 2,556. No Paraná, a gasolina custa R$ 3,05, e o etanol, R$ 2,10.

Esses preços não são necessariamente os cobrados do consumidor na bomba de gasolina. Servem de base para o recolhimento do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) feito pelas refinarias. O nome oficial é preço médio ponderado ao consumidor final.


Além da gasolina, a tabela  traz preços de referência para outros combustíveis, como querosene da aviação, etanol, gás natural veicular (GNV), gás natural industrial, óleo combustível, diesel e gás de cozinha.

O Conselho Nacional de Política Fazendária, que estabelece esses preços, é integrado pelos secretários de Fazenda, Finanças ou Tributação de cada Estado e Distrito Federal e pelo ministro da Fazenda.


Seu objetivo é evitar a guerra fiscal entre os Estados brasileiros, tentando estabelecer preços que equilibrem as situações regionais diferentes, considerando custos de produção e transporte de cada produto. Por isso em Estados onde há mais produção de etanol, como São Paulo, esse combustível é mais barato.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Às vezes é de menos. Mas às vezes é demais!


Eu tinha 17 anos quando teve início o regime militar que governou o Brasil de 1964 até 1985.

Neste período a discussão não era quem seria o presidente, mas sim e mais importante, quem seria o governador e o prefeito. Pois o país ia muito bem, obrigado! A nossa preocupação era mais localizada na parte do Brasil onde efetivamente vivíamos.

Mas os políticos e alguns intelectuais começaram a campanha pelas "Diretas Já," com o objetivo de devolver o poder e a responsabilidade de eleger o presidente do país para os eleitores.

A última eleição indireta, conduzida pelo Congresso Nacional, elegeu Tancredo Neves. Mas povo brasileiro foi punido pelo destino com o falecimento de Tancredo e a posse de José Sarney. A alternativa, naquelas eleições, era o outro candidato, Paulo Maluf, um dos poucos políticos já reconhecidos pelos cidadãos como corrupto, já naquele tempo.

Assim o Brasil saiu de um regime em que a lei era cumprida sem discussão, mas onde o povo não elegia diretamente seu presidente, para o regime onde o povo elege o presidente e vê quase todas as leis serem afrontadas diáriamente e os malfeitores seguirem livres, leves e soltos.

Mas até recentemente, o problema continuava sendo a eleição do presidente do país. A cada quatro anos tínhamos não só o famoso FEBEAPÁ (Festival de Besteira que Assola o País), do saudoso Sergio Porto, como o FEMEAPÁ (Festival de Mentiras que Assola o País), que chegou ao seu ponto máximo em 2014.

Mas como o inferno astral costuma durar muito, temos também que sofrer a punição de acompanhar a eleição dos presidentes do senado e da câmara federal, numa disputa quase tão intensa como a outra.

E da mesma forma conduzida com troca de favores e compra de votos, uma prática utilizada à exaustão no balcão de negócios que se tornou o parlamento brasileiro.

Passamos de um país onde não se elegia diretamente o presidente, mas se tinha educação, segurança e saúde pública, para um país onde se elege um montão de presidentes que a única coisa que fazem é drenar para uso próprio o resultado de uma das maiores cargas tributárias do mundo.

Será que a população brasileira, de mais de 200 milhões, merece continuar sofrendo com o resultado de uma escolha errada de pouco mais de um quarto de seus compatriotas?

Radiografia da ineficiência


Com educação muito fraca, mão de obra ruim, impostos pesados, investimento escasso, inflação alta e infraestrutura deficiente, o Brasil continua com muita dificuldade para competir no mercado internacional, como indica mais uma pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI). O País aparece em 14.º lugar, em posição superior apenas à da Argentina, numa lista de 15 economias, desenvolvidas e emergentes, selecionadas para um estudo comparativo. A classificação brasileira foi a mesma do relatório anterior, com base em dados conhecidos até 2013.

Os problemas brasileiros de competitividade vêm sendo apontados há anos em pesquisas do Banco Mundial, do Fórum Econômico Mundial, da CNI, da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e de entidades privadas de consultoria. Consequências desses problemas são visíveis, também há anos, no fraco desempenho comercial da indústria. Em 2014 as exportações de industrializados, de US$ 109,28 bilhões, foram 11,5% menores que em 2013 e corresponderam a 48,5% da receita do comércio exterior. As vendas industriais incluem produtos manufaturados e semimanufaturados. A participação dos manufaturados no valor total das exportações ficou em 35,6%, com redução de 13,7% em um ano, pela média dos dias úteis. Amplamente deficitária, a balança da indústria tem sido em geral compensada pela exportação de básicos, mas nem isso impediu, no ano passado, um déficit geral de US$ 3,93 bilhões.

A classificação mostrada na pesquisa da CNI foi montada com base em oito fatores, definidos pelo agrupamento de um número bem maior de itens. Só em um desses fatores - disponibilidade e custo da mão de obra - o País aparece no terço superior da classificação, em 4.º lugar. Mas nem esse quesito é inteiramente positivo. A vantagem brasileira só existe quando se trata da taxa de participação na força de trabalho. Quando se considera a produtividade do trabalhador, o Brasil fica na 14.ª posição. Outros estudos da CNI têm mostrado uma baixa oferta de mão de obra qualificada ou mesmo em condições de ser treinada nas empresas.

Esse problema, obviamente, reflete o baixo padrão educacional. No quesito educação, o Brasil ficou em 9.º lugar numa lista de 11 países (a limitação do conjunto, neste e em outros casos, é explicável pela disponibilidade de informações). No topo, Canadá, Austrália e Coreia do Sul. Abaixo do Brasil, só México e Colômbia.

No quesito matrículas na educação superior, o País ficou na 12.ª posição entre 15 selecionados - um bom indício do notável afunilamento observado no ensino médio. Mas os dados mais assustadores surgem nas avaliações da educação em leitura, matemática e ciências. Nos três itens a comparação envolveu 12 países e foi baseada em testes de 2012 com estudantes de 15 anos. Tanto em leitura quanto em matemática os brasileiros foram classificados na 10.ª posição. Em ciências, ficaram na 11.ª. Coreia do Sul, Canadá e Polônia ocuparam os três primeiros lugares nas três listas. No entanto, o Brasil ficou na 6.ª posição, em 13 países, nos gastos com educação. Em relação ao gasto público per capita em educação o País ocupou o 7.º lugar em 13.

Esses dados confirmam claramente a ineficiência dos gastos com educação. Fala-se muito, em Brasília, sobre a importância de aumentar as verbas para o setor, mas pouco se discute a qualidade das políticas e quase nada se fala sobre o uso produtivo desse dinheiro. O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2014 também confirma o desastre: 529 mil estudantes, num total de 5,9 milhões, tiraram zero em redação.

Outros problemas - tributação e infraestrutura, por exemplo - têm sido discutidos com maior frequência. Mas um detalhe vale menção especial. No quesito câmbio - taxa real efetiva em dezembro de 2013, comparada com a média das taxas mensais a partir de dezembro de 2009 - o Brasil ficou em terceiro lugar entre 15 países, abaixo de África do Sul e Argentina. Curiosamente, alguns líderes empresariais se queixam disso muito mais que dos demais problemas, muito mais importantes segundo a análise da CNI.

Editorial, O Estado de São Paulo – 18/1/2015

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Como os tempos mudaram . . .

Fokker F-100. O avião que permitiu a TAM crescer e se igualar à Varig.
Leio, no site G1, o caso da moça que foi impedida de embarcar no Galeão, no Rio de Janeiro, para Florianópolis, com seu gato.

Segundo a Azul Linhas Aéreas, o container onde estava o pequeno animal era maior do que o padrão aceito.
Fico imaginando quão grande seria. Talvez grande suficiente para transportar um leão?

Isto me faz lembrar como era diferente o tratamento dispensado pelas empresas aéreas aos passageiros, há vinte anos atrás.

Lembro-me de um caso, em especial. A empresa onde trabalhava estava abrindo escritório próprio em Curitiba. Um colega estava vindo de San Francisco, Califórnia  onde era a matriz, para dar treinamento aos novos funcionários. A empresa levava muito à sério o treinamento do pessoal.

Este colega voou dos Estados Unidos para São Paulo, chegando num domingo. O plano era nos encontrarmos na segunda-feira pela manhã no aeroporto de Congonhas e embarcarmos juntos num vôo da TAM para Curitiba.

Logo cedo eu me apresentei no aeroporto Santos Dumont e embarquei num voo da própria TAM, para Congonhas. O avião era um Fokker 100, com um excelente serviço de bordo, com lanche quente, no melhor padrão de empresa.

Ao chegar em São Paulo, desembarquei e fui fazer o check-in para o voo para Curitiba.
Na fila do check-in, com umas quatro pessoas na minha frente, fui abordado por uma funcionária da TAM. Elegantemente vestida, penteada e maquilada, como era o padrão da empresa aérea, a moça perguntou-me se eu tinha pressa para seguir para o meu destino. Ao perguntar, explicou-me que o último vôo para Curitiba, na noite anterior, tinha sido cancelado por fechamento do aeroporto Afonso Pena, por nevoeiro. Como o meu vôo era o primeiro da manhã para lá, eles estavam dando prioridade em acomodar os passageiros da noite anterior

Expliquei que tinha urgência em ir naquele vôo e mencionei o meu colega americano. Ela verificou na prancheta que tinha na mão, confirmando que meu colega já tinha feito o check-in e estava na sala de embarque. Mas que eu não me preocupasse, pois a TAM iria encontrar uma solução para mim. Pediu-me, gentilmente, que aguardasse um pouco, ao lado da fila.

Observei que já havia duas outras pessoas lá. O tempo foi passando e outras pessoas eram remanejadas para um vôo que sairia mais tarde e o grupo a quem eu fiquei designado cresceu, até atingir 8 pessoas. Preocupado, eu insistia com a funcionária da TAM sobre meu embarque e ela sempre procurava me acalmar.

Quando foi feito o chamado para o embarque, pelo sistema de som do aeroporto, fiquei bastante irritado e exigi uma explicação. Ela respondeu-me com simpatia, dizendo que eu chegaria em Curitiba no horário previsto.

Não querendo ser mal educado, contive-me e aguardei. Alguns minutos depois, a funcionária nos levou por uma porta de uso exclusivo de funcionários. Ao chegar no pátio, havia uma van (aquelas feitas em fibra de vidro, sobre chassis da Ford F-100) no nosso aguardo.

Embarcamos na van, que seguiu em direção à cabeceira sudeste da pista, onde ficavam os hangares da aviação executiva. A van parou em frente ao hangar da TAM Taxi Aéreo.

Surpresos, fomos instruídos pela simpática funcionária a abordar um Cessna Citation V, que já se encontrava com a porta aberta e com os pilotos dentro da cabine de voo.

Subimos no avião, o co-piloto fechou a porta, nos instrui sobre o uso de cinto de segurança e as saídas de emergência, convidando-nos a disfrutar do bar, onde havia bebidas (inclusive uísque 12 anos e cerveja importada), sucos e sanduíches.

Cessna Citation V da TAM.
Em seguida decolamos, tendo aterrisado no aeroporto Afonso Pena, em Curitiba, uns 5 minutos antes da chegada do meu voo de carreira.

Desci do avião e fui recepcionar o meu colega americano e recolher minha bagagem.

Depois, já no escritório, liguei para o "Fale com o Presidente", da TAM e apresentei meus cumprimentos ao Comandante Rolin Amaro.

Comte. Rolin Adolfo Amaro (1942-2001)
Acho que vocês se lembram dele. Um dos muitos brasileiros sérios que existiram neste país.

No Brasil daquele tempo em que ministro não sugeria às pessoas: "relaxa e goza."

Esqueceram o nível

Concepção artística da Ponte Anita Garibaldi, em Laguna, SC.
Quando eu era criança pequena, lá nas Minas Geraes, aprendi que o construtor tinha duas ferramentas imprecindíveis para o seu trabalho: nível e prumo.

Parece que os construtores de rodovias, no Brasil, aposentaram os dois utensílios profissionais, faz tempo.

Prumo e nível: dois instrumentos indispensáveis.
Quem trafega pelas rodovias do país sabe que os engenheiros nacionais não conseguem construir uma estrada e uma ponte ou viaduto no mesmo nível. Em alguns casos, a diferença de nível entre as duas chega a provocar desastres.

A BR-101, a mais importante ligação do Sudeste (leia-se S.Paulo) e o Sul, sofre do mesmo mal. A grande maioria das pontes e viadutos da rodovia tem diferenças de nível bem acentuadas.

Lendo as notícias nesta manhã ensolarada de verão (mas com temperatura amena: 25°C aqui em Balneário Camboriú), vejo matéria no Diário Catarinense, de Florianópolis, sobre a ponte de Laguna.

A duplicação da BR-101, da cidade de São Paulo para o Sul do país parece que começou há séculos. Talvez antes mesmo do Brasil ser descoberto: não por Lula, mas por Pedro Álvares Cabral, mesmo.

Há três gargalos nesta rodovia, que nos remetem ao início do século XX, pelo menos: a Serra do Cafezal, no Estado de São Paulo, o Morro do Cavalo na cidade de Palhoça e a ponte de Laguna, ambos em Santa Catarina.Os três pontos estão em obras eternas de duplicação. 

A Serra do Cafezal até dá para entender, por sua situação geográfica. 

O Morro do Cavalo tem sua duplicação atrasada, há décadas, por causa de um tipo de sapo e meia dúzia de índios que vivem na região. Estes dois entes transformaram-se nos elementos que impedem que a rodovia possa ser ampliada para aliviar o trânsito e provoca engarramentos homéricos na rodovia. 
Um acordo foi obtido na justiça recentemente e um trecho "provisório" está sendo construído no local. 
É uma questão política burra, num país em que o bom senso pediu as contas e se mudou para o exterior, faz tempo!

Por último, a ponte de Laguna, na cidade do mesmo nome, sobre a Lagoa do Imaruí. Vamos falar sobre ela, nesta postagem.


A duplicação da BR-101 entre Curitiba e o Rio Grande do Sul teve início há 30 anos. Neste período foi concluído o trecho entre a capital paranaense e Florianópolis, com 312 km, obra terminada ainda durante o governo do presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2002).

O trecho entre Palhoça, SC e a divisa com o Rio Grande do Sul (250 km) está em obras há mais de 15 anos e ainda não foi concluído.

Ponte Anita Garibaldi. Situação, hoje.
Eu me mudei para Santa Catarina, vindo do exterior, em janeiro de 2006. Meses depois participei de uma reunião na FIESC (Federação das Indústrias de SC), onde um representante do DNIT fez uma palestra sobre as obras de duplicação e informou que deveriam estar concluídos em 2008. Fala-se, agora, em conclusão para o final de 2017. Pessoal bom de cálculo, este do DNIT . . . 

A ponte de Laguna tem 3 km de extensão e começou a ser construída em março de 2013. Segundo o DNIT, deveria estar entregue ao tráfego em maio de 2015.

O projeto previa que a ponte seria construída a partir das duas margens, encontrando-se no meio, através de uma parte com um trecho em construção de ponte estaiada.
Hoje, no jornal, fica-se sabendo que há um disnível de quase 60 centímetros entre as duas partes já concluídas da ponte estaiada.

Desnível entre os dois pontos da ponte Anita Garibaldi é evidente.
Ao fundo, a ponte em uso, de pista simples.
Mas, segundo a reportagem, engenheiros do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT-SC)  tranquilizam a população e garantem que a diferença, apesar de não ter sido prevista, não afetará a entrega da obra para maio deste ano.

Vamos ver. Até agora, pelo menos para mim, palavras de técnicos do DNIT tem o mesmo valor de uma nota de 3 reais.