sábado, 7 de dezembro de 2013

USS Arizona BB-39


O USS Arizona foi um encouraçado da classe-Pennsylvania, construído para a Marinha dos Estados Unidos e incorporado ao serviço ativo em 1916.


USS Arizona (BB 39), na década de 1920.

No final da Primeira Guerra Mundial, o USS Arizona foi um dos navios que escoltou o presidente Woodrow Wilson até a Europa, quando foi participar da Conferência da Paz de Paris.

O navio recebeu uma grande modernização entre 1929 e 1931 e foi muito usado para exercícios de treinamento da Marinha durante a década de 1930.


USS Arizona, depois da modernização, em 1931.

Em 1940 o USS Arizona, juntamente com a maioria dos navios da Frota do Pacífico, foi transferido para a Base Naval em Pearl Harbor, Hawaii, aumentando a presença militar americana na área.

Durante o ataque japonês a Pearl Harbor, no dia 7 de Dezembro de 1941, o Arizona foi bombardeado várias vezes. Uma bomba acertou o paiol de munições de vante, que explodiu, provocando o afundamento do encouraçado e matando 1.177 oficiais e marinheiros.

Dados do USS Arizona
Comprimento: 185,3 m     Boca: 29,6 m  Calado máximo: 8,9 m
Deslocamento máximo: 32.439 t
Propulsão: 4 turbinas Parson, a vapor, supridas por 12 caldeiras Babcock&Wilcox, acopladas a 4 hélices de 3,7 m de diâmetro.
Potência: 34.000 SHP, permitindo ao USS Arizona uma velocidade de 21 nós.
Armamento: 4 torres com 3 canhões de 360mm, cada e alcance de 19 km. 22 canhões de 127mm, para defesa contra torpedeiros. 4 baterias de canhões anti-aéreo de 77mm. 2 tubos lança-torpedos de 533mm, com 24 torpedos.
Couraça: blindagem do casco, numa altura de 5,3m (sendo 0,70m abaixo da linha dágua), formada com chapas de aço de 343mm de espessura. As torres de canhões tinham uma blindagem de 127mm nas laterais e 457mm na parte frontal.
Tripulação: 1.512 Oficiais, Sub-Oficiais e praças, dos quais 1.177 morreram no ataque, inclusive seu comandante.
              
USS Arizona, na manhã de 7 de Dezembro de 1941.

Pouco antes das oito horas da manhã do domingo, 7 de Dezembro de 1941, aviões japoneses vindos de seis porta-aviões atacaram a Frota do Pacífico, atracada no porto de Pearl Harbor, causando tremenda destruição nos navios, quartéis e aviões americanos no solo. O USS Arizona soou o alarme de "Postos de Combate" às 07:55. Logo depois foi atacado por 10 bombardeiros Nakajima B5B, vindos dos porta-aviões Kaga e Hiryu, que lançaram bombas penetrantes de 780kg. Quatro bombas atingiram o USS Arizona a meia nau e na popa.


Pearl Harbor, na manhã de 7/12/1941. Foto tirada por um dos aviões japoneses.

A última bomba atingiu o navio às 08:06, próximo da Torre II, penetrou no convés blindado e atingiu o paiol de munições localizado na parte de vante do navio. Aproximadamente 10 segundos depois o paiol de munições explodiu, destruindo quase que totalmente a estrutura de vante, causando o colapso das torres, mastros, superestrutura e chaminés e matando 1.177 tripulantes, quase metade do total de perdas no ataque. O incêndio resultante demorou dois dias para ser extinguido.


Momento da explosão do paiol de munições do USS Arizona.
O USS Arizona em chamas.
A superestrutura do USS Arizona, quatro dias depois.

Vários tripulantes do USS Arizona receberam medalhas por sua conduta e ação durante o combate. O Capitão de Corveta Samuel G. Fuqua, Oficial de Controle de Avarias, recebeu a Medalha de Honra do Congresso (a maior comenda militar dos EUA) por sua ação para salvar o navio e seus tripulantes. Medalhas póstumas foram também agraciadas ao comandante do navio, Capitão de Mar e Guerra Franklin Van Valkenburgh, que estava na ponte de comando no momento da explosão e ao Contra-Almirante Isaac C. Kidd, que estava à bordo e foi o primeiro Oficial-General dos EUA a morrer em combate na Segunda Guerra Mundial. O USS Arizona recebeu, também, a Medalha Estrela de Combate, por sua contribuição na resistência ao ataque inimigo em Pearl Harbor.

Depois dos ataques, o USS Arizona foi declarado temporariamente fora de serviço, tendo dado baixa do serviço ativo em 29/12/1942.

Mas, de certa forma, o USS Arizona continuou lutando. Muitos dos seus tripulantes foram transferidos para outros navios e continuaram a lutar contra o Império do Japão. O Comandante Samuel G. Fuqua participou de várias batalhas durante a Segunda Guerra Mundial e na Guerra da Coréia, tendo ido para a Reserva em 1953, com a patente de Contra-Almirante.

A superestrutura do USS Arizona foi sucateada e o aço decorrente usado na construção de outros navios.

O armamento não atingido pelas bombas foi retirado. Os canhões da Torre de Ré foram instaladas na costa oeste da ilha de Oahu, onde hoje é a Base dos Fuzileiros Navais do Hawaii.

Os canhões da Torre II foram recuperados e mais tarde instalados no encouraçado USS Nevada, que os usou contra o exército japonês nas batalhas das ilhas Okinawa e Iwo Jima.


USS Nevada, equipado com canhões do USS Arizona.

O casco do USS Arizona ainda se encontra no fundo da Baía de Pearl Harbor e foi transformado no USS Arizona Memorial, inaugurado em 30 de Maio de 1962, em homenagem a todos que morreram durante o ataque inimigo. O USS Arizona mantém o direito perpétuo de mostrar a bandeira dos Estados Unidos, como se o navio ainda estivesse em serviço ativo.





Os sobreviventes do USS Arizona tem o direito de ter suas cinzas colocadas dentro do navio, junto com seus camaradas, ao falecerem. Todo militar que serviu a bordo do USS Arizona, antes de 7/12/1941, tem o direito de ter suas cinzas espalhadas ao redor do monumento, ao falecerem.


Tripulantes do USS Ronald Reagan (CVN-76) em continência, ao passar
pelo USS Arizona Memorial, em Pearl Harbor.

Setenta e dois anos depois de seu afundamento, ainda há vazamento de óleo do casco do USS Arizona. Cerca de 2,2 litros saem do casco, diáriamente, sendo recolhidos por equipamento da Marinha e do Serviço Nacional de Parques. 
Recentemente a Marinha dos EUA iniciou o mapeamento computorizado do casco, tendo cuidado para respeitá-lo como um cemitério militar naval. A Marinha está considerando uma forma não-intrusiva de eliminar o vazamento de óleo e proteger ainda mais o meio-ambiente do porto.

O sino do navio está instalado na Torre do Sino da Universidade de Arizona. O sino é tocado toda vez que o time de futebol da Universidade obtém uma vitória. O mastro e a âncora do navio estão expostos na Memorial Plaza da capital do Arizona, Phoenix, próximo ao Complexo Legislativo.

Vários outros artefatos do navio, inclusive os talheres usados pelos oficiais de bordo, estão expostos no Museu do Capitólio do Estado do Arizona.

Cerca de 50 sobreviventes dos ataques a Pearl Harbor em 1941, compareceram hoje às cerimônias realizadas em homenagem aos 2.402 militares mortos e 1.247 feridos.

Cerca de 50 veteranos das Forças Armadas dos EUA, que estavam em
Pearl Harbor no dia do ataque, durante as homenagens no dia 7/12/2013.

O ataque a Pearl Harbor durou pouco mais de duas horas e foi realizado por 353 aviões (caças, bombardeiros e torpedeiros), em duas levas. Todos os oito encouraçados americanos foram avariados, quatro afundados. Sómente o USS Arizona foi totalmente perdido, tendo os demais sido recuperados e retornados ao serviço ativo. Os japoneses também afundaram ou avariaram três cruzadores, três contratorpedeiros, um navio de treinamento e um navio caça-minas. 188 aviões americanos foram destruídos.

Vários alvos militares importantes não foram atacados, tais como a usina elétrica, o estaleiro, oficinas de manutenção, tanques de combustível e arsenais. 

Esta falha foi considerada irreparável aos japoneses, pois permitiu a Marinha dos Estados Unidos capacitar-se rapidamente para o contra ataque, o que ocorreu seis meses depois. 

Entre 4 e 6 de Junho de 1942, a Marinha dos Estados Unidos enfrentou diretamente a Marinha Imperial Japonesa na Batalha de Midway, causando pesadas perdas aos japoneses, com o afundamento de quatro porta-aviões e um cruzador, além de abater 248 aviões. A Marinha dos EUA perdeu um porta-aviões (USS Yorktown), um contratorpedeiro e 150 aviões, com a perda de 307 militares.
Cerca de 3.057 militares japoneses morreram na batalha, que marcou a virada na expansão japonesa no Pacífico.

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