terça-feira, 30 de julho de 2013

Estradas de Papel

Um  alemão avisou ao amigo brasileiro que pretende percorrer o Brasil de carro alugado, aproveitando uma longa licença que conseguiu na empresa de comércio exterior.
  
Como gerencia compra de alimentos do Brasil, Argentina e Uruguai, quer conhecer o campo brasileiro por dois meses. O amigo brasileiro preveniu-o de que ele irá encontrar estradas ruins, com asfalto cheio de buracos. O alemão não entendeu.
Pediu para repetir.

Como assim, asfalto com buracos? A última vez em que ele ouviu falar de asfalto com buracos na Alemanha fora na 2a Guerra - e eram provocados por bombas dos ingleses e americanos.
Mas as estradas logo foram consertadas, assim que a guerra acabou, melhoradas e ampliadas.

O alemão continua sem entender por que há buracos no asfalto brasileiro se o país não sofreu bombardeios.
Só vai entender quando vier, lá por agosto.

Pobres brasileiros, que sofremos com isso desde que nascemos.
A maioria de nós acredita que isso é normal.

Com passagem aérea à prestação e a descoberta de hotéis e aluguel de carro mais baratos do que no Brasil, estamos viajando mais para o exterior e descobrindo como é, realmente, uma estrada.
E, quando voltamos, ficamos furiosos.

Porque, afinal, os impostos por aqui abrem crateras nos nossos bolsos.

A cada R$ 100 que produzimos ou ganhamos, deixamos quase R$ 40 de impostos, taxas e contribuições para o Estado nos prestar serviços que não presta, ou são serviços medíocres como a infraestrutura que emperra esse pobre grande país rico.

Os cabeças do Estado - prefeitos, governadores, presidente - podem até querer, mas o Estado não consegue, grande demais, incompetente, amarrado a uma cultura de ineficiência e improdutividade.

Por Alexandre Garcia

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