sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Harley-Davidson Admite Ter Que Mudar Para Sobreviver

Keith Wandell, Principal Executivo (Chief Executive Officer ou CEO, em inglês) da Harley-Davidson admitiu, num Simpósio na Universidade do Estado de Ohio, que a empresa "não pode sobreviver com seus clientes tradicionais, sómente."

Falando para uma seleta platéia no Centro de Excelência Operacional da Faculdade Fisher de Administração, o executivo afirmou que "2008 mudou o cenário da economia neste país (EUA) para sempre, e ninguém acredita, por um minuto siquer, que será o mesmo de antes de 2008, pois isto não irá acontecer."

Estas declarações, seguida pela abertura do Escritório Regional para a América Latina em Miami, nesta semana, demonstram que a Motor Company está preocupada com a maneira como os consumidores estão vendo a empresa.

Motivo de amargas reclamações por muitos anos no Brasil, básicamente por conta do péssimo serviço prestado por seu antigo representante exclusivo, a Harley-Davidson tem perdido grandes oportunidades de crescer, deixando espaço para seus competidores na maior economia da América Latina.

A decisão de abrir sua subsidiária e responsabilizar-se por suas operações no país, no início de 2011, foi recebida com grande entusiasmo pelo mercado e segue em sintonia com a intenção da H-D de aumentar seu faturamento fora dos Estados Unidos até atingir 40% de suas vendas globais.

Mas a demora em inaugurar e trazer as novas revendas a níveis operacionais aceitáveis tem prejudicado a imagem da mais conhecida marca de motocicletas do mundo.

Falta de peças e acessórios, serviços morosos, pessoal mal treinado, lojas inauguradas ainda em obras, não ajudaram a mudar a opinião dos potenciais compradores e tem trazido muito desânimo a seus clientes leais.

Pela primeira vez, em muitos anos, Harleyros veteranos tem vendido suas motocicletas e, ao invés de comprar os novos modelos, tem migrado para as marcas concorrentes, especialmente a BMW.


4 comentários:

  1. Já olhei com carinho para alguns modelos BMW, mas ainda não tive coragem para fazer essa migração.

    Confesso que a mudança de interesse não se deve a estar desinteressado da Fat e sim por sentir que a HDMC vem privilegiando os interesses da fábrica em detrimento do fortalecimento do relacionamento com seus clientes.

    As mudanças que CEO da HDMC pensa serem necessárias para que a fábrica se mantenha rentável buscando novos mercados não podem deixar de lado o mercado já tradicional conquistado ao longo do centenário e que criou o mito Harley-Davidson.

    Se o novo caminho a ser trilhado deixar de lado a máxima do Willie G de mudar tudo sem mudar nada deixando de lado os clientes já conquistados em nome de novos clientes tenho sérias dúvidas se o mito se sustentará e sem o mito a fábrica produzirá apenas mais um produto a ser vendido que poderá ou não ter sucesso.

    Espero que os "iluminados" que comandam essa nova fase não cortem as raízes do mito.

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  2. Wilson,

    Vejo que o problema é que só pegaram Dealers mercenários, milionários e com vários negócios como concessionários de veículos.

    Muito diferente do que acontece nos USA onde a maioria dos Dealers tem uma história com a marca, seja de pai para filho ou família...

    Aqui no Brasil esses novos Dealers só se preocupam com a $$$ e não com o cliente, ou seja, mesmo perfil do nosso amigo Izzo.

    Peças e acessórios no estoque é dinheiro parado, ou seja, poderia ser investido em comprar mais motos para o showroom....querem apenas vender.

    Os mecânicos antigos ou realmente conhecedores da marca estão sendo demitidos a medida que os mecânicos "faixa branca" aprendem a trocar óleo.

    E a HDMC está tentando dar esmolas para agradar os seus clientes que estão migrando para outras marcas...

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  3. Bem, não sei, mas se considerarmos a questão funcional e de atendimento também ouvi que uma BMW está indo bem mais a frente do que a HDMC, mas essa migração também torna-se uma migração de estilo, conceito, tudo. Quer ou não, eu acho, a ideia de uma BMW por exemplo é outro, mais contemporâneo. Motos no estilo HD hoje, além dela, só as japonesas que são fiéis imitadoras da própria HD em vários modelos, portanto não sei se mesmo com os problemas de hoje faria essa mudança. Não consideraria uma fidelidade a marca, a empresa ou tradição, mas sim a originalidade e beleza de suas motos. Se já tivesse uma poderia talvez dizer "força e durabilidade", mas ai deixo isso pra vcs rss

    Abs

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  4. Já ouvi dizer que o homem forte da HDMC no Brasil nem carta de moto tem? Será? Não duvido....

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