sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Excesso de Confiança

Reproduzo, aquí, o relato da harleyra americana Diana Green, que tem ensinamentos muito importantes para pilotos novatos e experientes.

Como uma caloura em motociclismo, eu sempre fui muito cautelosa em não superestimar minhas habilidades. Também fui cautelosa em manter a mesma filosofia em mente, quando comprei minha primeira Harley. Com um centro de gravidade bem baixo, a Harley-Davidson Super Glide oferece uma estabilidade que faz com que seja muito fácil esquecer que eu tinha sómente 3 anos de estrada, e não 3 décadas. Minha confiança aumentou rápidamente e minhas habilidades melhoraram ao mesmo tempo. Eu rodei 16.000 km no primeiro ano com minha nova Harley e meus amigos diziam que eu já era um piloto completo. Foi até sugerido que eu fizesse o treinamento para Road Captain.

Minha primeira reação foi dizer que eu não me sentia preparada – eu não tinha a experiência que isto necessitava. Eu havia pilotado numa rodovia movimentada sómente uma vez, nunca havia feito uma viagem longa e nunca havia enfrentado sérios desafios na estrada. Assim, fiz meus planos para o verão e consegui quase tudo que tinha planejado, para aumentar minha habilidade na pilotagem.

Em meados de Agosto, as aulas estavam para começar e vários professores vieram para uma semana de treinamento. Eu ia para a escola na minha Harley, todos os dias. Em um deles, minha reunião terminou mais cedo e eu tinha um intervalo longo para almoço, assim resolví montar em minha motocicleta e dar uma volta pelas estradas secundárias e comer um sanduíche num lugar que eu havia ouvido falar.


Não estando muita familiarizada com o caminho, perdi a saída para a lanchonete que procurava. Assim, tive que seguir para o próximo cruzamento e fazer uma volta rápida . . . ops, um pouco rápido demais! A roda da frente saiu da pista e entrou na grama, o guidão virou abruptamente e eu deixei a motocicleta fazer o que queria. Eu sabia que não podia domar uma Harley de mais de 300 kg! Por sorte, um jovem que vinha dirigindo pela estrada naquele momento, parou e me ajudou a colocar a moto em pé. E foi suficientemente discreto para regressar para seu carro e seguir sua viagem, sem muitas perguntas.


Aí, a motocicleta não dava partida. Bem, parece que eu tinha mesmo feito uma besteira grande. Não sómente eu deixei minha auto-confiança ultrapassar minhas habilidades mas, agora, estava parada no meio de lugar nenhum, sem ferramentas, com as pedaleiras desalinhadas, um retrovisor solto e a Harley não queira “pegar” (por sorte, nada estava realmente quebrado). Honestamente não sei o que fiz, mas fiquei virando a chave para um lado e para outro, até que o sinal de erro no display sumiu e conseguí dar partida no motor.


Chega de passeio. Chega de lanche. Eu voltei vagarosamente para a escola, com o “rabo entre as pernas”, meu ego arrasado e me culpando por ter sido tão relaxada. Eu sempre fui tão cuidadosa enquanto pilotava, mantendo minha atenção permanentemente no que fazia. Que completa idiota!


Coincidentemente, naquela mesma semana, o presidente do nosso HOG veio falar comigo, para convidar-me oficialmente para o treinamento de Road Captain.

Aí ele disse algo que me fez pensar se ele tinha mais sabedoria do que aparentava. Ele falou, "você é um piloto muito bom, mas não vá além de suas habilidades. Excesso de confiança levará qualquer um a cometer erros, não importa quão experiente seja."

Eu respondí, "pode deixar, eu sei muito bem disso…”


Acho que todos nós já passamos por situações muito parecidas ao ocorrido com a Diana Green.


Eu, com certeza, já passei!


Quando alguém tem excesso de confiança, alguma coisa acontece e pega você de surpresa.” Neil Armstrong, astronauta americano e primeiro homem a pisar na superfície lunar.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

RIC - Registro de Identidade Civil

O Estado de Santa Catarina foi escolhido para ser a primeira Unidade da Federação a implantar o RIC - Registro de Identidade Civil.

O gerente do Instituto de Identificação Civil e Criminal de SC, Carlos Augusto Thives de Carvalho, disse em uma entrevista, ontem, que o registro representa a adoção de um número único para cada cidadão brasileiro. Hoje cada estado emite um número para identificar o cidadão, o que pode resultar em até 27 carteiras de identidades para a mesma pessoa, todas válidas.


Carlos Carvalho informou que Santa Catarina deu o passo inicial para adotar a nova identidade, ao se colocar à disposição do governo federal para ser o primeiro estado a emitir o RIC. A nova identificação deverá começar em 2010 e deve estar concluída, para todos os catarinenses, até 2011.

O Governo Federal espera que 150 milhões de pessoas tenham sido recadastrados no RIC, até 2017, neste projeto que contempla um documento único de identificação para todos os brasileiros.

O RIC será a “nova carteira de identidade”, no qual estarão presentes o número do seu RIC, além de todos seus outros documentos (CPF, PIS, CNH, Título de Eleitor, etc).

Semelhante a um cartão de crédito o documento contém um "chip" que armazenará todas as informações a seu respeito, como altura, impressões digitais, etc.
O uso de "chip" para identificação já é bastante comum em cartões de bancos, pois além da praticidade, também conferem mais segurança às transações bancárias.

O RIC foi instituído pela Lei 9.454 de 7 de Abril de 1997 e foi viabilizado através de um investimento de 35 milhões de dólares feito pelo Governo Federal em 2004, na aquisição do Sistema Automatizado de Identificação de Impressões Digitais (o AFIS, do inglês Automated Fingerprint Identification System). Este sistema foi repassado ao Ministério da Justiça, que é o responsável pela identificação dos cidadãos, através da Polícia Federal.


Segundo as autoridades, um registro único confere mais praticidade na confecção de novos documentos e na identificação dos cidadãos. Com ele, você poderá retirar uma nova via de qualquer documento em qualquer estado da Federação, com a garantia de manter os mesmos dados e também o mesmo número de documento.


Através do número do seu Registro de Identificação Civil, dados e informações referentes a todos os seus documentos podem ser acessados rapidamente, o que também deve agilizar o processo de disponibilização de novos documentos. Ou seja, ao invés de ter que informar seu número de CPF, RG, título de eleitor e tantos outros documentos que existem, apenas uma única sequência numérica dará conta de tudo que é preciso saber acerca de sua identidade civil.


Também faz parte do projeto RIC a implantação de um documento único (e não somente um registro único). Isso significa que não será mais preciso carregar uma série de documentos, mas apenas um deles.

O RIC será feito de policarbonato de alta resistência, semelhante aos de bancos ou de cartões de crédito, com um chip contendo informações civis (número dos documentos) e de seu biótipo (cor de olhos, altura, impressões digitais, etc.).

Para confeccionar o seu RIC, serão coletadas suas impressões digitais através de um escâner (não será mais preciso sujar os dedos!), fotografia e assinatura digitais, além dos dados do biótipo citados acima. No cadastro constarão os números de todos os documentos que você possui e todas estas informações estarão dentro do "chip" presente no novo documento.
Seus antigos documentos de papel ou plástico ainda continuarão a valer normalmente, mesmo após a retirada do Registro Único de Identificação Civil, até porque a retirada do novo documento é facultativa, segundo a Polícia Federal. Ou seja, o novo cadastramento será realizado com todos os brasileiros, mas o novo documento só terão aqueles que desejarem.


Ainda segunda as autoridades, o RIC apresentará mais segurança contra falsificações, pois segundo o Ministério da Justiça, o "chip" evitará fraudes.


Além da segurança presente neste dispositivo, o documento único será confeccionado sob medidas de segurança avançadas, em um documento de seis camadas, com impressão com tintas especiais sobre fundos complexos, além de contar com "marca d’água", o que tornaria a falsificação algo extremamente difícil ou quase impossível.


A principal vantagem do RIC será a praticidade conferida por um registro único, que nos livrará de ter que informar várias sequencias númericas, referentes aos vários documentos que somos obrigados a ter, no dia-a-dia (RG, CNH, Título de Eleitor, PIS, etc.). Com o RIC, sómente este número será informado, em qualquer situação.

Outra vantagem do RIC é a obtenção de segunda via. Quem mora fora do estado de origem e já precisou tirar novas vias de seus documentos, sabe os problemas que estão envolvidos. Como o RIC será federal e concentrado em Brasília, você poderá solicitar a segunda via em qualquer ponto do território brasileiro, inclusive nas embaixadas brasileiras no exterior.

A segurança, entretanto, é um dos pontos altos do RIC. O "chip" e a maneira como o documento será fabricado e emitido garante a autenticidade das informações. Além disso, uma série de códigos e sua fotografia em tamanho menor, no verso, cria mais obstáculos a possíveis falsificadores.

A impressão a laser, num cartão de policarbonato preparado especialmente, evitará que o RIC se desgaste ou se quebre com facilidade. Este tipo de impressão não é possível de ser removido com produtos químicos e, além de ajudar a proteger contra fraudes, garante a durabilidade e a legibilidade do documentos.

Fonte: Departamento da Polícia Federal.

sábado, 21 de novembro de 2009

Mudanças na HD Point

Estou em Canoinhas, SC, onde viemos participar do II Cyclesul Moto Casais, um evento muito bom, organizado pelo Jacson Padilha. Eu havia participado do Moto-Maçã Casais, em Fraiburgo, e gostei muito. Daí a decisão de participar deste evento, também.

Aquí encontramos muitos dos amigos e companheiros que participam desses encontros mais dirigidos para um motociclismo mais familiar, com a participação dos casais.

Alguns desses amigos e companheiros me fizeram perguntas sobre o que estava acontecendo com a HD Point.

Para respondê-los, temos que voltar ao início de 2007, quando fui convidado para um churrasco no Hotel Fischer, em Balneário Camboriú. Lá, conhecí meu anfitrião, o Ricardo Maccori, um harleyro de mais de 30 anos de experiência, com cerca de 11 anos de carreira no Exército Brasileiro, como oficial do 2o. Batalhão de Guardas, em S.Paulo.

O Maccori foi para a reserva no posto de Capitão, tendo uma tremenda experiência como motociclista de escolta de vários Presidentes da República.

Neste churrasco estavam alguns amigos de estrada, que haviam ido, juntos, ao Encontro Internacional de Punta del Este, no Uruguai.

A idéia do churrasco era discutir as necessidades que nós, proprietários de Harley-Davidson no litoral catarinense (municípios de Itapema, Balneário Camboriú e Itajaí), tínhamos.

Ainda que fôssemos um grupo pequeno, este grupo estava crescendo, com vários motociclistas fazendo a transição de motos japonesas para as Harleys.

Naquela ocasião, estávamos órfãos, no que diz respeito à manutenção de nossas máquinas. Não havia uma oficina especializada na marca, há menos de 60 quilômetros de distância.
O Maccori se propos a abrir uma oficina, onde o espírito de camaradagem e de ajuda mútua fôsse o tema principal.

Eu ponderei que a oficina poderia ser um pouco mais do que isto: um verdadeiro ponto de encontro de Harleys. Até sugerí o nome, que inicialmente foi HD Meeting Point e, depois, simplificado para HD Point.

E assim nasceu a HD Point.

Quase 3 anos e alguns sócios depois, a HD Point tem sua presença firmemente ancorada na comunidade Harley de Santa Catarina, sendo conhecida por toda a região Sul e Sudeste.

Entretanto, no final de Setembro, começamos a ouvir notícias sobre mudanças de rumo. Vontade de expandir, aumentar as atividades, procurar desafios maiores, com a mudança da loja/oficina para um imóvel maior, com ênfase nas atividades sociais e de lazer dos clientes.

A proposta do Adilson Altrão e do Ivens Branco, os outros dois sócios da HD Point, nesta direção, não tiveram eco na vontade do Maccori de manter a idéia original, ou seja, o espírito de uma "old garage".

A cisão era inevitável. Em meados de Outubro o Maccori informou aos seus sócios a decisão de sair, o que foi concretizado no início de Novembro.

Assim, temos uma HD Point sem o Maccori.

Já circula a notícia da inauguração da nova HD Point, em novo endereço, para o dia 12 de Dezembro.

Como amigo de todos os envolvidos e, particularmente, do meu camarada Capitão MacCori, fico com sentimentos mesclados. 

De um lado, contente em ver a HD Point procurando crescer para suprir nossas necessidades, como proprietários de motocicletas Harley-Davidson, com instalações maiores, com mais acessórios e peças e uma área de lazer e entretenimento maior.

Por outro lado, fica difícil pensar na HD Point sem a presença marcante do Maccori que, tenho certeza, será sentida pelos muitos amigos que tem.

O futuro nos dirá o que vai acontecer com a HD Point.

O Altrão e o Ivens tem uma oportunidade e uma responsabilidade de peso em suas mãos. Vamos torcer para que dê certo, pois nós, proprietários de Harley-Davidson do litoral, precisamos de um atendimento à altura de nossas motocicletas.

Esperamos, também, que o Maccori não tenha decidido tomar uma aposentadoria antecipada. Ele é ainda muito jovem para isto e queremos tê-lo na nossa comunidade como uma participação atuante, que é sua marca registrada.

A nova HD Point, a ser inaugurada dia 12 de Dezembro, fica situada na Rua Pernambuco 18, uma esquina da Av. do Estado, no acesso principal de Balneário Camboriú. Os telefones e site na internet continuam os mesmos.