quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Os mares por onde naveguei - 3a. Parte

O Curso de Formação de Oficiais compreende 8 semestres, dos quais 7 são acadêmicos e o último semestre é dedicado ao treinamento prático, em navegação de linha. Na minha época, pela alta demanda por Oficiais em decorrência do crescimento da Marinha Mercante Brasileira, a Marinha do Brasil teve que concentrar a parte acadêmica em 6 semestres, o que implicava em curtos períodos de férias escolares, com viagens de instrução cobrindo vários meses, especialmente durante o verão. O último semestre, dedicado ao treinamento prático, ocorreu, para mim, na linha para os Estados Unidos, em navios do então Lloyd Brasileiro, Patrimônio Nacional. Um dos navios foi o "Cabo de Santa Marta", um cargueiro moderno (para a época), construído na Polônia. Equipado com modernos instrumentos de navegação, o "Cabo de Santa Marta" tinha alguns confortos não tão comuns, naquela época, como ar condicionado em todas as instalações habitáveis e uma velocidade de 16 nós, bastante acima da média.

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

No deserto ou na montanha

O inverno está indo embora e o verão, logo, logo, vai chegar. Ainda temos dias frios, alguns com chuva e, provavelmente, vamos ficar com um clima assim, até o final de Outubro, pelo menos aquí no Sul. Ficar aquecido, enquanto pilota, significava isolar o vento e o pescoço é a parte mais difícil de isolar do vento. O segredo é usar uma jaqueta que feche bem no colarinho e usar alguma forma de aquecer esta parte do corpo. Existe uma grande variedade de protetores para o pescoço e você deve usar um que melhor se adapte ao seu corpo e como ele reage ao vento frio. Outra parte do corpo que sofre muito, nessas ocasiões, são as mãos. Usar uma luva com um comprimento suficiente para cobrir a manga da jaqueta, na altura dos pulsos, é fundamental, pois evita que o vento frio penetre pela manga. Uma luva muito grossa, entretanto, pode diminuir sua sensibilidade. Assim, procure uma luva feita com materiais sintéticos que podem isolar o frio e a àgua, no caso de chuva. Outra saída, neste departamento, é o aquecedor de manopla, que algumas motocicletas permitem instalar. Depois de passar muito frio no meu primeiro inverno em Santa Catarina, instalei um aquecedor de manopla na minha Harley-Davidson Ultra Glide. Puxa, que diferença isto faz. O modelo que utilizei pode ser instalado em qualquer motocicleta que tenha o guidão de tubo e use bateria de 12 volts. Chama-se Heat Demon Grip Heater e é vendido pela J&P Cycles, nos Estados Unidos. Dê uma olhada em http://www.jpcycles.com/productdetail.aspx?PID=501-314 Em contrapartida, no verão o que procuramos é nos manter refrescados. O perigo, nestes dias de temperatura elevada, é evitar a desidratação e o superaquecimento do corpo, pois as duas condições diminuem sua habilidade de pilotar. A regra número Um é manter-se hidratado, bebendo muito líquido, de forma que o sistema natural do seu corpo possa mantê-lo em temperatura baixa através da transpiração. Beba água ou bebidas tipo Gatorade, para substituir os eletrolídios que você perde ao transpirar. Não beba alcóol, pois além de ser ilegal e diminuir sua capacidade de pilotar, é ainda um diurético, que provocará a perda de líquidos no seu organismo. Beba líquidos antes de se encontrar na condição de calor, pois no momento que você começar a sentir sêde, já estará em perigo. Se você não quizer carregar as garrafas plásticas em que água ou outras bebidas são vendidas, use aqueles usadas pelos ciclistas, que são baratas e fáceis de carregar. Use roupas adequadas ao calor, de preferencia de algodão ou de tecidos sintéticos que permitam a fácil transpiração. Não pilote de camiseta ou de bermudas. Lembre-se dos filmes que você assiste ou já assistiu, passados no deserto. Os árabes sempre estão bem protegidos do sol. Isto permite que seus corpos mantenham a temperatura baixa, ao mesmo tempo que transpiram naturalmente. O uso de luvas ventiladas e de jaquetas providas de "janelas" de ventilação é altamente recomendável, no verão. Evaporação é o segredo, no verão. Use uma bandana ou outra peça de vestuário molhada, ao redor do pescoço. Ficando exposta ao vento e próxima das artérias no seu pescoço, vai ajudar a baixar a temperatura do seu corpo.

terça-feira, 23 de setembro de 2008

O chamado da Primavera

A Primavera chegou e, com ela, aqueles dias maravilhosos que nos convidam para pegar a estrada. Nada melhor que o clima ameno, com sol brilhante, característico das semanas que antecedem o verão. O volume de tráfego aumenta, especialmente nas rotas que levam às praias. Aí, nós motociclistas, temos que aumentar nossa atenção e cuidados ao pilotar. Copiei e traduzí/adaptei os conselhos abaixo, que lí num blog americano (http://roadcaptainusa.com/):
  • Pilote sempre com os faróis acessos. Se sua motocicleta tem faróis auxiliares, mantenha-os ligados.
  • Permaneça longe dos caminhões! Evite a zona cega! Assegure-se que o condutor do veículo na sua frente possa vê-lo pelo retrovisor.
  • Nas pistas de 3 ou mais faixas, trafegue na faixa do centro; isto lhe dá mais opções. Se usar a faixa de ultrapassagem, não permaneça aí! Algum estúpido insistirá em voar para cima de você a 140 km por hora. Cuidado na faixa da direita, também, pois tende a ter a velocidade reduzida quando algum veículo for sair da rodovia.
  • Observe o comportamento dos apressados. Motoristas agressivos são passíveis de mudar de faixa rapidamente, sem prestar muita atenção nos arredores.
  • Não se iluda com os motoristas aparentemente complacentes. Você nunca sabe quando um veículo, que está colado atrás de um caminhão, durante vários minutos, fica impaciente e muda de faixa como um foguete.
  • Pense no fluxo de trânsito como um rio. Qualquer interrupção ou diminuição no fluxo é motivo para aumentar o cuidado e atenção.
  • E finalmente, use a Arte da Mudança "Macia" de Faixa; não mude de faixa bruscamente. Olhe seu espelho retrovisor, acione seu “pisca” na direção correta, cheque outra vez o retrovisor e então faça uma mudança gradual de faixa, com calma. Dê tempo para as pessoas que você não viu, possam reagir adequadamente ao seu movimento. Lembre-se, você não é dono da estrada . . .

sábado, 20 de setembro de 2008

Os mares por onde naveguei - 2a. Parte

A formação de um Oficial envolve muitos conhecimentos, acadêmicos e práticos. Neste campo, a Marinha do Brasil proporciona viagens de instrução em navios dos mais diversos tipos. Aquí, fotos de alguns dos navios utilizados no treinamento militar e náutico, daquela época.
Contra-torpedeiro da Classe "Mariz e Barros"
Corveta da Classe "Angostura" Navio Aeródromo "Minas Gerais"

Navio Transporte de Tropas "Soares Dutra"

A formação militar incluía, ainda, treinamento de infantaria na Base de Fuzileiros Navais da Ilha do Governador, RJ.

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Os mares por onde naveguei - 1a. Parte

Dentro de 3 meses estarei comemorando 42 anos de formado e 45 anos desde que ingressei na Marinha do Brasil. É um bocado de tempo, considerando que ainda estou na puberdade (afinal, a vida começa aos 50, não é mesmo?). É sempre muito bom lembrar por onde passamos e onde forjamos nosso caráter, em especial para quem ingressou na vida militar com apenas 17 anos, saindo da proteção materna (minha mãe era, de verdade, a Supermãe. Acho que o Ziraldo se inspirou nela para criar o personagem da HQ). A Marinha do Brasil ensinou-me a ser uma pessoa íntegra, com espírito de equipe e pronta para enfretar os desafios da vida. Mas, mais do que tudo, ensinou-me a ser um Brasileiro, orgulhoso de sua terra e de sua história, por quem juramos dar nossa vida, se necessário for. Aquí, algumas fotos atuais da minha "alma mater", considerada um dos melhores centros de formação de Oficiais da Marinha Mercante, no mundo.
Saudades? Muitas, mas com muita alegria, ao lembrar aqueles anos maravilhosos, quando o Brasil tinha muita coisa por se orgulhar e pouquíssimas coisas por se envergonhar . . .