terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Gasolina com mais álcool vai render até 4% menos



O brasileiro que anda frustrado com o reajuste nos preços dos combustíveis pode se preparar para mais uma notícia ruim – a “nova” gasolina anunciada pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), com 27% de etanol, vai aumentar o consumo de combustível dos veículos em até 4%.

O aumento do percentual de álcool anidro no derivado de petróleo foi acertado entre as montadoras e a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Única), e ainda depende de aval do governo. Segundo o engenheiro Francisco Satkunas, da Sociedade dos Engenheiros Automotivos (SAE Brasil), a decisão deve resolver só o problema da indústria do álcool e penalizar o consumidor.

Na prática, o governo legalizou a adulteração da gasolina.
“Você vai ter um combustível inferior. Toda vez que se adiciona etanol, o consumo aumenta e o rendimento energético cai”, explica o especialista.

Assim, além de arcar com o reajuste dos combustíveis, que em Belo Horizonte chegou a 9,73% no caso da gasolina e a 7,07% no caso do álcool, de acordo com o site de pesquisas Mercado Mineiro, o proprietário de veículos automotores terá que voltar às bombas com mais frequência.

Um dos efeitos da gasolina com alto teor de álcool anidro,
em veículos não equipados com motor Flex.
Logo após o anúncio da nova medida, o presidente da Anfavea, Luiz Moan, foi questionado pela imprensa se haveria alteração no preço do litro da gasolina em razão da mudança da mistura, mas a resposta também não foi animadora. Moan disse que o assunto é uma questão das distribuidoras e que não cabe à associação fazer esse tipo de projeção.

Outro ponto polêmico da “nova” gasolina é que ela não se limita à alta no consumo, mas pode causar problemas ainda maiores para proprietários de carros movidos somente a gasolina, importados e antigos.

Segundo Satkunas, com o novo teor da mistura esses veículos poderão apresentar deterioração nos componentes, dificuldades em dar a partida e falhas posteriores. Proprietários de motocicletas também devem enfrentar o mesmo contratempo.

Fonte: Estado de Minas - reportagem de Alessandra Alves e Luciane Evans

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